Egressos do BESC: Sindicato exige transparência e liberdade de escolha na proposta de migração
A Federação dos Bancários de Santa Catarina realizou, nesta sexta-feira 5, uma reunião estratégica em sua sede, reunindo lideranças sindicais e representantes de entidades previdenciárias.
Entre os convidados especiais estiveram Luiz Aurélio de Oliveira, diretor-superintendente da Fusesc; Alceu Luiz de Abreu, diretor-executivo do Plano SIM; Jean Paulo Sonza, representante do conselho da Fusesc; Davi Zaia, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e Minas Gerais e secretário-geral da Contec, além de dirigentes dos sindicatos filiados à FEEB-SC e bancários do Banco do Brasil. A presença dessas lideranças reforçou o peso institucional do encontro e a importância da articulação nacional em torno do tema.
O principal ponto em debate foi a proposta de migração compulsória dos planos de previdência dos funcionários egressos do antigo BESC para a Previ, medida imposta pelo Banco do Brasil sem consulta prévia e sem oferecer opção de escolha. A iniciativa tem gerado forte preocupação entre os trabalhadores, que reivindicam transparência, respeito às trajetórias individuais e liberdade de decisão.
Durante o encontro, a Fusesc apresentou dados comparativos entre os planos Fusesc e Previ, demonstrando diferenças significativas em contribuições e benefícios. Segundo a entidade, a proposta desconsidera essas particularidades, retirando dos participantes o direito de decidir sobre seu futuro previdenciário e criando um cenário de insegurança e indignação.
Foi também relembrado o histórico de negociações desde a incorporação dos bancos regionais pelo Banco do Brasil, ressaltando que os egressos se tornaram minoria nas tratativas, o que fragilizou sua capacidade de pressão diante da instituição.
Em sua intervenção, Davi Zaia (Contec) reafirmou o compromisso da entidade com a busca de soluções justas e negociadas, colocando-se à disposição para contribuir na construção de alternativas que respeitem os direitos dos trabalhadores.
Os participantes defenderam ainda a elaboração de uma pauta unificada entre sindicatos e entidades, a fim de reabrir o diálogo com o Banco do Brasil e cobrar da instituição um processo que garanta previdência e assistência dignas. Também foi destacada a necessidade de levar informações claras e acessíveis à base, para que todos compreendam os impactos da migração e possam participar ativamente do debate.
Representantes dos funcionários do Banco do Brasil lembraram que cada bancário possui uma trajetória singular — marcada por tempo de contribuição, perfil familiar e expectativas de aposentadoria próprias —, o que inviabiliza soluções padronizadas ou impostas de forma unilateral.
O presidente da FEEB-SC, Armando Machado Filho, reforçou a posição da Federação:
“A FEEB-SC já está tomando medidas concretas para impedir que a proposta do Banco do Brasil avance sem diálogo. É fundamental que os funcionários egressos, tanto da ativa quanto aposentados, tenham o direito de escolher o caminho que desejam seguir. Transparência é indispensável nesse processo, para que ninguém seja prejudicado em relação aos seus direitos ou aos recursos acumulados ao longo de uma trajetória profissional dedicada. Esses valores foram construídos com esforço e comprometimento, buscando garantir estabilidade e segurança para si e para suas famílias. Por isso, esse tema precisa ser tratado com seriedade, respeito e responsabilidade.”
A reunião representou um passo importante na mobilização pela defesa dos direitos previdenciários dos egressos do BESC, sinalizando que o movimento sindical está unido em prol de soluções justas, negociadas e sustentáveis.