Funcionários do Banrisul entregam pauta específica
Um dos tons do encontro entre integrantes do Comando Nacional dos Banrisulenses, nesta quarta-feira (24), no auditório do quarto andar da Direção Geral (DG), em Porto Alegre, durante a entrega da pauta específica de reivindicações, foi a importância de acompanhar a aceleração do processo negocial da Fenaban. Enquanto a mesa de negociação se desenvolvia em São Paulo entre o Comando Nacional dos Bancários e os representantes da Fenaban, os dirigentes fizeram uma cobrança à diretoria do Banrisul. O banco precisa marcar logo a primeira mesa de negociação específica.
Outro tom mais duro dos dirigentes sindicais disse respeito ao fato de que o Banrisul registrou um dos maiores crescimentos do lucro líquido no semestre e pode atender as reivindicações dos trabalhadores. Quando o assunto foi a pauta de reivindicações, dirigentes também cobraram a importância de implementar o Plano de Carreira. Os representantes do banco foram formais. Disseram que vão trabalhar para que haja uma negociação que seja favorável aos trabalhadores e ao banco.
Diálogo também foi palavra repetida pelos dirigentes. Palavra, aliás, que gerou uma unânime insatisfação dos diretores das entidades representativas dos Banrisulenses. Isso porque o atual presidente do Banrisul, Luiz Gonzaga Veras Mota, não costuma receber dirigentes sindicais, mesmo que os pedidos de reunião ou audiência sejam reiterados. Em seu segundo ano no cargo, desde 2014, ele só recebeu os dirigentes uma vez, depois de 128 dias de sua posse. É muito pouco. Os dirigentes esperam que ele não se esconda debaixo da mesa quando o assunto for negociar direitos durante a Campanha Salarial 2016.
“Gostaria de registrar a nossa insatisfação pelo não comparecimento do presidente do Banrisul na abertura do nosso Encontro Nacional. Nós o convidamos para participar da abertura e ficamos sem esse gesto de demonstração de construir uma mesa de negociação marcada pelo diálogo. Queremos também que as negociações sejam abertas prontamente, porque, na Fenaban, já há até sinalização de apresentação de proposta”, cobrou o representante do movimento sindical, Luciano Fetzner.
Ana Guimaraens, também sindicalista, informou os representantes do banco o resultado da consulta realizada pelas entidades sindicais aos Banrisulenses para construir a pauta específica de reivindicações. “Os colegas demonstraram que querem a implantação do Plano de Carreira. O banco tem condições. Temos muitos jovens no Banrisul. O banco precisa ser sensível e investir para que os trabalhadores permaneçam trabalhando no Banrisul”, explicou Ana.
O diretor da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha, se dirigiu aos representantes do banco, o superintendente de Gestão de Pessoas, Gaspar Saikoski, e um integrante da assessoria jurídica, para repudiar a atitude da diretoria e reiterar a importância de acelerar as negociações. “É preciso fazer uma negociação séria, célere e que contemple os trabalhadores. Pedimos que levem ao presidente do banco nossa insatisfação com o tratamento dele. Ele não trata adequadamente os representantes dos trabalhadores do banco”, avaliou Rocha.
A diretora da Fetrafi-RS, Denise Falkenberg Corrêa, assinalou a inovação realizada pelos Banrisulenses na definição da pauta específica de reivindicações. “Fizemos um encontro de dois dias para dissecar a nossa pauta específica. É uma pauta que dialoga com as dificuldades dos Banrisulenses. Tem questões relacionadas aos problemas de ar-condicionado. Tem pautas para quem entrou agora e para todas as funções do banco. É a expressão dos anseios de todos os Banrisulenses”, explicou Denise.
Construção da pauta e defesa do banco púbico
A diretora se refere ao processo realizado pelo Sindicato de Porto Alegre, pela Fetrafi-RS e pelos Sindicatos do Interior. A primeira fase foi de consulta aos colegas do Banrisul sobre suas prioridades. Essas foram sistematizadas no Encontro Estadual dos Bancários em junho. Foi realizada plenária, em 4 de agosto, para decidir sobre as contribuições dos bancários de sua base. A consolidação da pauta foi marcada por um processo decisório democrático e transparente, no 24º Encontro Nacional dos (das) Banrisulenses, em 20 e 21 de agosto, sábado e domingo passado, na Sede da Fetrafi-RS.
Outra questão que irá permear a Campanha Salarial 2016 dos Banrisulenses são os ataques anunciados pelo governo do interino Michel Temer junto com o governo de José Ivo Sartori. O Banrisul é alvo de um projeto de lei que quer trocar as dívidas com Estados por um período curto por patrimônio público. O Banrisul vira alvo. Os trabalhadores precisam trabalhar com suas entidades sindicais em defesa do Banrisul público. Seeb Porto Alegre